A Direção Nacional de Direitos Humanos de Angola criticou os tiros feitos pela polícia para dispersar uma manifestação de um professor e alunos para exigir mais carteiras escolares, segundo dirigentes do Movimento Estudantil Angolano (MEA) que reuniram com a instituição.
O presidente do Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) disse hoje que escreveu à Direção Nacional dos Direitos Humanos sobre o desfecho de uma manifestação para reivindicar a falta de carteiras escolares, alegadamente reprimida pela polícia com tiros.
O grupo parlamentar da UNITA manifestou hoje "bastante preocupação" com os "atos de violência” de “agentes da Polícia Nacional” angolana contra “crianças estudantes que se manifestavam pela melhoria das condições" de uma escola em Viana, município de Luanda.
A Polícia angolana deteve um professor que organizou uma marcha de alunos para exigirem novas carteiras numa escola do município de Viana, província de Luanda, informaram hoje as autoridades.
Penteados compridos e alegados “cortes extravagantes” continuam a ser razões para os alunos perderem aulas nas escolas de Luanda, onde persiste a obrigatoriedade do corte de cabelo, para “salvaguardar a higiene”, mas também para evitar supostas “incitações à violência”.
Pelo menos um milhão de alunos angolanos, do ensino pré-escolar ao secundário, vão frequentar o ano letivo 2022-2023, cujas aulas arrancam na terça-feira nas 18 províncias angolanas, um processo que deve contar com mais de 200 mil professores.
Um grupo de 15 professores da Escola Portuguesa de Luanda (EPL), angolanos e portugueses, queixa-se de “despedimento irregular” por parte da comissão provisória da instituição de ensino, considerando que lhes foi imposta a assinatura de acordo “ilícito”.
Professores universitários angolanos decidiram hoje interromper a greve, que dura desde 03 de janeiro passado, até outubro próximo, “a pedido dos bispos católicos, que reconhecem a razão dos professores e recomendam ao Governo a resolver o problema”.
O Ministério do Ensino Superior angolano anunciou que os estudantes perderam 14 semanas letivas, em consequência da greve dos professores, suspensa após três meses de paralisação, e espera que as divergências com os docentes possam ser dirimidas.
O Ministério do Ensino Superior angolano considera que o aumento salarial dos professores universitários, em greve há mais de um mês, é um “processo delicado e complexo”, mas garante que já decorrem ações no Governo sobre esta reivindicação.