Organizações da sociedade civil angolana, ativistas e defensores dos direitos humanos angolanos exigiram hoje que as autoridades investiguem todos os casos de violência policial, reportados durante a pandemia da covid-19.
Algumas associações cívicas organizadas contactadas por este jornal dividem opinião em relação à criação de uma instituição, de acordo com sugestão da Procuradoria-Geral da República, para gerir os bens confiscados no âmbito da corrupção, em defesa do interesse público, mas são unânimes na exigência de autonomia desta nova entidade, caso se venha a concretizar.
O Movimento Cívico Mudei considerou hoje que o Tribunal Constitucional (TC) angolano “não decidiu a favor da procura da verdade” eleitoral e não produziu um acórdão que diminuísse a suspeição sobre o processo eleitoral, que “não foi livre nem transparente”.
O Observatório para Coesão Social e Justiça (OCSJ) angolano criticou hoje o “clima de tensão” e a “movimentação de tropas e meios militares desproporcionais” em centros urbanos, considerando que o povo “quer apenas a contagem justa dos votos”.
O representante dos vendedores ambulantes angolanos alertou esta quarta-feira para os riscos de revolta social devido à pobreza e exclusão que afeta esta classe, que representa o ganha-pão de grande parte das famílias angolanas.
O movimento cívico Mudei divulgou hoje a sua contagem paralela dos resultados das eleições angolanas que aponta para um empate técnico entre o partido do poder, MPLA, e o maior partido da oposição, UNITA, ambos com 48% de votação.
Mais de 20 associações cívicas angolanas apelaram à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) que aceite a comparação das atas e a recontagem de votos para garantir “a verdade eleitoral”, pedindo à sociedade que se mobilize em prol da dignidade do voto, mesmo com recurso a "vias mais enérgicas".
A Organização Não-Governamental (ONG) de ativistas na diáspora Friends of Angola apelou à "absoluta neutralidade" das forças armadas, que "tendem a posicionar-se contra a lei e o povo para cumprir a agenda do partido no poder".
A polícia impediu hoje em Luanda a realização de uma marcha de protesto contra o processo eleitoral e deteve pelo menos uma dezena de manifestantes, incluindo um jornalista da Voz da América que fazia a cobertura da iniciativa.
Representantes da sociedade civil e organizações não-governamentais (ONG) de Angola manifestaram hoje “amplo e entusiástico apoio” à resolução apresentada há uma semana no Senado norte-americano para que os angolanos tenham eleições “livres, justas e pacíficas” em 24 de agosto.