Angola tem até ao próximo ano para mostrar que está a seguir as recomendações do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) e evitar entrar na lista “cinzenta” com consequências no acesso a divisas e transações financeiras.
O kwanza, moeda angolana, vai ser colocado no sistema de pagamentos em tempo real da África do Sul e Namíbia, para o aumento das trocas comerciais, anunciou hoje o vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA) .
O agrónomo angolano Fernando Pacheco disse hoje que o pacote de medidas governamentais sobre o aumento da produção nacional, da redução das importações e da melhoria do ambiente de negócios só irão resultarão com o “efetivo” funcionamento das instituições.
A UNITA, maior partido da oposição angolana, disse hoje que a crise económica de Angola tem "natureza política", ligando-a às eleições de 2022, nas quais, acusou, "o regime do MPLA" fez uso do tesouro do Estado "como sua propriedade privada".
A consultora BMI considera que a moeda angolana vai continuar a desvalorizar-se, chegando ao final do ano a valer cerca de mil kwanzas por dólar, uma depreciação de quase 17% face ao câmbio atual.
A queda do kwanza, que desvalorizou 60% desde o início do ano, apanhou desprevenidas muitas empresas que operam em Angola e que admitem "congelamento" de investimentos, agravando o desemprego e as condições de vida da população.
A consultora BMI, do grupo Fitch Solutions, reviu hoje em baixa a previsão de crescimento para Angola este ano, antecipando um regresso à recessão, essencialmente devido à desvalorização do kwanza e ao aumento da inflação.
A Associação Industrial de Angola (AIA) disse hoje que a instabilidade monetária e cambial está a levar ao encerramento de várias indústrias, "dependentes da importação de matéria-prima", lamentando a suspensão de atividades de algumas empresas de bebidas.
O Ministério da Economia e Planeamento angolano descartou hoje qualquer recessão económica em consequência da estagnação da economia do país no primeiro trimestre de 2023, devido à queda petrolífera, considerando que "programa estruturantes" devem inverter o curso.
O economista angolano Precioso Domingos criticou esta Quarta-feira a “manutenção da planificação central” por parte do Governo, situação que “amarra os empresários e eclipsa pequenos investimentos”, defendendo reformas de política e de mercado, sob pena de “uma nova recessão”.