O Presidente angolano manifestou-se hoje “muito esperançado” na nomeação do ex-governador do Banco Nacional de Angola para o cargo de ministro de Estado para a Coordenação Económica, que assume a função encontrando “um dossier delicado”.
O novo ministro de Estado para a Coordenação Económica disse hoje que vai fazer uma reapreciação do processo de emissão de cartões para o subsídio à gasolina a taxistas, moto taxistas e embarcações de pesca artesanal.
O MPLA, partido do poder em Angola, exortou hoje o executivo a prosseguir com a “remoção das distorções” que prevalecem nos preços, saudando as medidas para reduzir o impacto da retirada dos subsídios aos combustíveis.
Taxistas e mototaxistas em Luanda dizem que a especulação do preço das viagens será inevitável devido a subida de quase 100% da gasolina, queixam-se de “burocracia” no acesso aos cartões subvencionados e lamentam a medida precipitada do Governo.
As autoridades angolanas admitem falhas de comunicação sobre o processo de retirada dos subsídios aos combustíveis, que têm suscitado protestos em várias províncias, e estão a promover sessões de esclarecimento com vários setores da sociedade.
Ativistas e membros da sociedade civil angolana convocaram para 17 de junho uma manifestação nacional para protestar contra a subida dos preços do combustível, o fim da venda ambulante e a proposta de lei das ONG.
Três dos oitos cidadãos feridos e hospitalizados, na sequência das manifestações de segunda-feira, 5, no Huambo, acabaram por morrer na madrugada desta quarta-feira e no Lubango a polícia disse que foram presas 66 pessoas na sequencia dos disturbios registados durante as manifestações de protesto contra o aumento do preço da gasolina.
Os Ministérios dos Transportes e das Finanças de Angola iniciam na quarta-feira a distribuição de cartões de consumo de gasolina fora de Luanda, apelando à serenidade e à calma na sequência de tumultos de que resultaram vários mortos.
A UNITA condenou hoje a repressão policial e “execução sumária” de cidadãos no Huambo, após confrontos na segunda-feira entre polícia e taxistas devido à subida dos combustíveis, de que resultaram cinco mortos e oito feridos.
Um ativista angolano relatou hoje um cenário de “incerteza e temores” dos cidadãos na província do Huambo, palco de protestos e confrontos entre taxistas e agentes da polícia, e referiu que há dezenas de feridos, contrariando a versão das autoridades.