A polícia angolana entrou em confronto com manifestantes e deteve dezenas de pessoas quando milhares de pessoas saíram à rua em Luanda e noutras cidades para se manifestarem contra o aumento do preço dos combustíveis, e pela defesa das liberdades das associações e organizações não-governamentais.
A polícia angolana dispersou hoje, em Luanda, a marcha contra a subida do combustível e fim da venda ambulante, usando gás lacrimogéneo contra os manifestantes, originando pânico e desmaios, havendo relatos de alguns feridos e detidos.
Os líderes da Frente Patriótica Unida (FPU), oposição angolana expressaram apoio à manifestação de protesto em Angola contra a subida dos combustíveis, apelando às autoridades que não exerçam repressão e aos manifestantes que denunciem "perturbações" ao caráter pacifico da marcha
A Juventude Unida Revolucionária Angolana (JURA), braço juvenil da UNITA, maior partido da oposição, denunciou hoje uma alegada tentativa de se culpar o partido “por eventuais estragos” que venham a ocorrer na manifestação de sábado.
Mais de duas centenas de pessoas concentraram-se hoje pelas 10:00 no cemitério de Santana, em Luanda, onde terá início uma marcha de protesto contra a subida dos combustíveis e o fim da venda ambulantes.
O Bloco Democrático convidou hoje os seus militantes e simpatizantes a participarem “de forma pacífica” na manifestação nacional convocada pela sociedade civil para sábado em Angola e aconselhou o Presidente angolano a não manter “a provocação belicista contra o povo”.
A manifestação contra o aumento dos combustíveis prevista para sábado está a preocupar munícipes e empresas que operam em Luanda, bem como algumas embaixadas, que já emitiram avisos aos seus cidadãos para evitarem deslocações.
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, na oposição) disse hoje que os seus militantes "são livres de individualmente participarem" na manifestação contra o aumento dos preços dos combustíveis, mas não vai aderir oficialmente nos protestos.
O Presidente angolano disse hoje que as instituições do Estado estão “atentas e vigilantes” a quem procurar chegar ao poder “por caminhos impróprios” e inconstitucionais e que não vão deixar ruir a construção do Estado de Direito.
Pelo menos oito pessoas ficaram feridas e 86 foram detidas, na cidade de Moçâmedes, província angolana do Namibe, em consequência dos protestos dos mototaxistas contra a subida da gasolina na segunda-feira, anunciou hoje a polícia.